Outubro Rosa: 12 dúvidas sobre o câncer de mama


No mês mundial de conscientização sobre a doença, tire dúvidas sobre ela. O Outubro Rosa é um movimento mundial de mobilização de prevenção da patologia. O câncer de mama é o segundo tipo de câncer que mais atinge pessoas no mundo, de acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA).

1. O que causa o câncer de mama ?

Na maioria dos casos não há uma causa específica. Há fatores que estão associados ao aumento do risco de desenvolver a doença. Idade superior a 40 anos é um deles, a chance aumenta na medida em que se envelhece. Sexo feminino, raça branca, obesidade na pós-menopausa, primeira menstruação antes dos 13 anos, menopausa tardia, obesidade na pós-menopausa, sedentarismo, ausência de gestação ou gestação em idade tardia (depois dos 35 anos), não amamentação, terapia de reposição hormonal na pós-menopausa, frequente ingestão de álcool em doses moderadas a altas e uso de terapia de reposição hormonal são fatores associados ao risco. Os fatores hereditários são responsáveis por menos de 10% dos cânceres de mama. O risco é maior quando os parentes acometidos são de primeiro grau (pai, mãe, irmãos, filhos).

2. É possível prevenir o câncer de mama?

Algumas medidas podem reduzir o risco. A amamentação pode reduzir o risco em 4,3% para cada 12 meses dessa prática. A ingestão de alimentos ricos em fitoestrogênios, como soja (isoflavona) e as frutas (lignanas) também pode ter efeito protetor. A prática de atividade física regular, exames periódicos e controle do sobrepeso na pós-menopausa também reduzem o risco. Além disso, deve-se evitar o uso de terapia de reposição hormonal na menopausa por período prolongado e a ingestão de grandes quantidades de álcool. O risco também pode ser reduzido quando realizado o tratamento com tamoxifeno e outros inibidores estrogênicos por cinco anos consecutivos. Pacientes com mutações hereditárias BRCA1 e BRCA2, cujo risco para desenvolver um câncer de mama é de 50% ou mais, podem se beneficiar preventivamente da mastectomia profilática. Apenas um médico especialista poderá avaliar cada caso e indicar a melhor forma de prevenção ou tratamento da doença.

3. É hereditário?

Apesar de portadoras de câncer de mama citarem outros familiares com o problema, apenas 10% dos casos podem apresentar mutações genéticas hereditárias, como o BRCA1 e BRCA2.

4. Atinge homens em que proporção?

O câncer de mama em homens é raro. Estima-se que, do total de casos da doença, apenas 0,8% a 1% ocorram em pessoas do sexo masculino. A incidência em mulheres chega a ser 100 vezes maior do que em homens.

5. Qual é a importância da amamentação?

Amamentar diminui entre 10% e 20% os riscos de a mãe ter a doença. Enquanto o bebê suga o leite, o movimento promove uma espécie de esfoliação do tecido mamário por dentro. Assim, se houver células agredidas, são eliminadas e renovadas. Quando termina a lactação, várias células se autodestroem, entre elas algumas que poderiam ter lesões no material genético. Outro benefício é que as taxas do hormônio feminino estrogênio caem durante o período de aleitamento.

6. Pílula anticoncepcional aumenta o risco da doença?

Existem estudos que demonstram fraca relação de causalidade entre pílula anticoncepcional e risco da doença, enquanto outros demonstram alguma relação. A relação entre o uso de anticoncepcionais orais e o aumento no risco de câncer de mama ainda é controverso. A pílula anticoncepcional diminui o risco para câncer de colo do útero e, ligeiramente, aumenta o risco para o câncer de mama. Ela é considerada um medicamento relativamente seguro porque as doses são muito baixas. Os anticoncepcionais atuais possuem dosagem hormonal inferior aos que eram usados antigamente. Se puder utilizar um método não hormonal é melhor ainda, mas as chances de a pílula provocar câncer são menores do que as relacionadas à reposição hormonal.

7. Prótese de silicone nos seios pode levar à doença?

Não há evidência científica de que exista associação entre implantes mamários de silicone e o risco de desenvolvimento de câncer de mama.

8. Existe algum sintoma além de caroço no seio?

A manifestação mais comum é um nódulo indolor e endurecido na mama ou axilas, e que geralmente não doi. Outros sinais e sintomas menos frequentes são edemas irregularidades na pele (como buraquinhos, franzidos, pele dura e enrugada ) semelhantes à casca de laranja, irritação na pele, dor, inversão ou descamação no mamilo e descarga papilar (saída de secreção pelo mamilo), vermelhidão, dor, descamação ou mesmo alteração no formato do mamilo. Mas graças à realização de exames de rastreio como mamografia e ultrassonografia, atualmente também são achados outros indicativos assintomáticos e em estágios iniciais.
Notou qualquer alteração? Vá ao médico. Somente ele pode indicar os exames corretos para saber se é algo mais grave.

9. É sempre possível notar a doença por meio do toque nos seios?

Não, a patologia tem uma fase em que as lesões são do tipo não-palpáveis. Por isso, é importante a realização de exames de imagem na faixa etária de maior risco.

10. Todo nódulo na mama pode virar câncer?

Aproximadamente 90% dos nódulos de mama palpáveis em mulheres entre 20 e 50 anos são benignos, como os fibroadenomas, cistos ou necroses do tecido adiposo. Algumas características clínicas, como inchaço da pele, retração cutânea, ulceração e sangramento pelo mamilo podem indicar a presença de câncer de mama.

11. Quais são as chances de cura de câncer de mama?

Quando diagnosticado em fase inicial (tumor menor que dois centímetros e sem doença à distancia) há até 95% de chance de cura. Por isso, é importante que toda mulher de 50 a 69 anos faça mamografia a cada dois anos. Houve uma evolução muito significativa no tratamento do câncer de mama, com cirurgias mais conservadoras e drogas quimioterápicas menos tóxicas. Depois dos 40, a mamografia é indispensável para saber se está tudo em ordem.

7 – Como é o tratamento de câncer de mama?

O tratamento é multidisciplinar, ou seja, inclui a opinião de vários especialistas médicos, como o mastologista, o radiologista, o oncologista clínico, o radioterapeuta, assim como enfermeira especializada, psicóloga, fisioterapeuta e assistente social. Habitualmente, o tratamento pede cirurgia e é complementado pela radioterapia e quimioterapia/hormonioterapia.
A cirurgia é a base do tratamento curativo. Ela pode ser conservadora, quando preserva a mama, ou radical, quando há a retirada da mama e do mamilo.
A radioterapia (radiação é aplicada sobre a região onde encontrava-se o tumor) é um tratamento complementar para reduzir o retorno da doença.
A quimioterapia (medicações que agem contra células de rápido crescimento), que também é um tratamento complementar, além de reduzir a recidiva do câncer, também diminui a possibilidade de metástase em outros órgãos.
A hormonoterapia (se houver receptores hormonais positivos) bloqueia o estímulo dos hormônios femininos sobre as células tumorais e está indicada para as pacientes com tumores que expressam receptores hormonais positivos.
Trastuzumabe (certos tipos de tumores expressam substâncias específicas e essas drogas agem inibindo essas substâncias) é uma terapia-alvo indicada para pacientes com superexpressão da proteína HER2 no tumor. Ele envolve diversos especialistas, além do oncologista, e varia dependendo da evolução da doença de cada paciente.
Além disso, a quimioterapia pode anteceder a cirurgia que denomina-se ‘neoadjuvante’ e é utilizada para reduzir as dimensões do tumor e  permitir uma cirurgia menos agressiva. Hoje com o desenvolvimento da cirurgia oncoplastica ou de reconstrução da mama, há um bom resultado estético.

12. Quais as chances da doença voltar?

Quanto mais precoce for diagnosticado o câncer de mama, maior a chance de cura. Tumores em estádios iniciais apresentam chance de cura em 80 a 95% dos casos Nos tumores em estágios avançados, a chance de cura cai para 50 a 70% dos casos.

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